É, verdadeiramente, espantoso que, após 6 anos de mandato, o Sr. Presidente da Câmara diga que “responde à oposição com obra”, entretanto anunciada. São 6 anos Sr. Presidente e não 6 meses!
O Sr. Presidente não só não respondeu à oposição como até lhe dá razão. Depois de mandato e meio, após 6 anos!, o Sr. Presidente não tem um plano político que promova o desenvolvimento do Concelho e anuncia “obra” avulso sem estar inserida em qualquer estratégia.
Não negará o Sr. Presidente que o PSD, nos seus mandatos, também, fez “obra”, mas sem qualquer consequência significativa, pois faltava estratégia, no desenvolvimento do Concelho. Antes pelo contrário.
Por mais importante que seja a “obra” anunciada, o Sr. Presidente concordará que o que distingue um bom mandato de um mandato razoável ou até medíocre, não é “lavar a cara” a espaços públicos, qualquer cidadão comum percebe quando esses locais precisam de intervenção. Ao Presidente exige-se que tenha a visão clara de uma estratégia política que permita o desenvolvimento sustentado do Concelho e permita cumprir as aspirações mais profundas da população.
Não falto à verdade ao afirmar que ninguém conhece o pensamento político do Sr. Presidente, nem tampouco a estratégia política deste executivo. Após 6 anos!
Apesar de estarmos geograficamente bem localizados e disso poder tirar partido, não existe estratégia política para a mobilidade, com melhores acessibilidades à cidade, permitindo uma maior coesão do Concelho, fixar e atrair população e investimento necessários ao desenvolvimento social e económico.
Após 6 anos! O nó de Sta. Eugénia e o acesso e recuperação da central camionagem são “obras” sempre adiadas, a criação de transportes urbanos nem existe em agenda, a eliminação de passagens de nível, bem como, a exigência de integrar a linha ferroviária em zona suburbana são lutas que o Sr. Presidente nunca quis travar.
Perante o desmantelamento do SNS em Barcelos, o Sr. Presidente “assobia para o ar” e nem exige o prometido novo hospital. Com os serviços públicos a mesma atitude, aliás o executivo é um promotor de aquisição de assessorias e serviços externos, alguns excessivamente caros, uma espécie de privatização em “pezinhos de lã”.
Após 6 anos! A preservação e valorização do Rio Cávado nada feito, tudo esquecido, apesar de ter sido considerada “obra prioritária”. O PS mentiu descaradamente aos Barcelenses, visto que, chumbou na Assembleia Municipal a moção apresentada pelo PCP que recomendava à Câmara Municipal precisamente essa “obra prioritária”. Ninguém discordará que a preservação e valorização do Rio Cávado correspondem à aspiração colectiva mais profunda dos Barcelenses. E, é indiscutível a importância que os espaços ambientais nobres têm na concepção da cidade contemporânea e do território urbano sustentável, seja do ponto de vista da competitividade das cidades, seja da qualidade usufruída pelas populações residentes e visitantes.
Após 6 anos! A cooperação com associações e outras entidades importantes no desenvolvimento social, desportivo e cultural não tem critérios definidos, nem linha orientadora. Não se percebe a atribuição ou a falta de muitos subsídios essenciais a um bom planeamento político. A Igreja e afins é o parceiro privilegiado, uma cópia do passado político, o trilhar de uma “política manhosa”.
O mesmo se poderá dizer do protocolo 200%, a “menina dos olhos” do executivo, embora alicerçado num espírito político positivo, tem servido mais para cimentar o poder político do PS do que para corrigir assimetrias entre freguesias. Mais uns “pozinhos na política manhosa”.
Estes são alguns elementos, ignorados pelo Sr. Presidente, que podem construir a estratégia política do Concelho, muitos outros serão importantes: mercado municipal, política ambiental, política cultural e juventude…bem como, o incentivo a uma verdadeira participação popular na resolução dos problemas colectivos. “Barcelos é dos Cidadão” só da boca para fora.
Este executivo por muito que “lave a cara” não é um promotor do desenvolvimento do concelho. Cumpre um mandato vazio, sem ideias nem estratégia. O pior é que a inabilidade política, por vezes deliberada, deste executivo para além de não construir o futuro, pode hipoteca-lo se atendermos ao desastre que representa a falta estratégia no “caso da concessão da água”.
Por isso Sr. Presidente responda aos Barcelenses pelo programa político que apresentou e não cumpriu. Após 6 anos!