20 de Fevereiro de 2016

mentiras novas.jpgServe o presente artigo para repor a verdade que poderia ter sido beliscada pelo comunicado do BE/Barcelos publicado a 11/02/2016, página 2, deste Jornal.

Sou comunista. Luto contra o capitalismo por uma sociedade mais justa. Qualquer que seja o seu desenvolvimento, qualquer que seja a forma política que o sustenta.

No actual contexto político aponto baterias à direita que destruiu direitos fundamentais dos portugueses, mas tal não implica que o BE fique imune à crítica. Principalmente quando a mentira, demagogia e populismo são expressões políticas.

Quem afirma “que o adversário político da Esquerda é a Direita” não se escusou, em campanha, com demagogia, a atacar Edgar Silva: foi a bloquice do Louçã em “Que pena, Edgar.”; as piadas patéticas de Rosas sobre o ex sacerdócio; o peditório populista e demagogo da Coreia do Norte com Marisa Matias na testa do pelotão. Foi a mentira.

Mentira que tenta ser prolongada, como verdade se tratasse, pela bloquice do comunicado do BE/Barcelos. Algumas considerações em abono da verdade:

1º Tentou o BE com meias verdades desacreditar a minha posição e ocultar a mentira descarada de Marisa Matias sobre o voto da intervenção militar na Líbia.

A proposta de resolução a submeter ao Parlamento Europeu continha um parágrafo* (Nº 10) controverso, que implicou uma votação intermédia no sentido da inclusão ou retirada deste parágrafo no texto final. A votação foi favorável, o parágrafo foi incluído na resolução. Foi, neste momento, que Marisa Matias votou contra. Votou contra a inclusão deste parágrafo, nada mais. Não votou contra a resolução. Não há duas votações distintas como afirma o BE no comunicado, dava jeito mas não é verdade. Aliás, não teria sentido existir dois textos em que um é, ipsis verbis, parte integrante de outro. Se as votações fossem diferentes qual prevalecia?

A questão central é: Marisa Matias votou a favor da resolução** que previa a intervenção militar na Líbia? Votou***. Marisa Matias, sem que ninguém a obrigasse, mudou o sentido de voto apesar das implicações da resolução e da maioria do grupo GUE/NGL (família política do BE) ter votado contra. Quem afirma que “o adversário político da Esquerda é a Direita” votou nesta resolução ao lado da extrema-direita e da direita reaccionária. Contribuiu para abrir as portas às intenções dos falcões da guerra.

As consequências da votação são conhecidas e desastrosas: um povo mergulhado num inferno; refugiados desesperados com vidas destruídas; instabilidade; devastação; guerra e colapso de um Estado agora muito mais falhado.

Talvez tenha sido por inconsistências destas que o BE perdeu 2 deputados europeus.

Reafirmo Marisa Matias mentiu descaradamente no debate com Edgar Silva. Tentou deixar por mentiroso quem falava a verdade.

2º A campanha eleitoral foi marcada por um Acórdão do Tribunal Constitucional sobre as subvenções vitalícias. Marisa Matias num claro aproveitamento político fez crer ao eleitor menos atento que estava em luta contra estas subvenções como se estas não tivessem já terminado. O que estava em causa era a condição de recursos, nada mais. Marisa Matias lançou-se numa campanha de puro populismo. Mariana Mortágua, num programa sobre o assunto, junta-se ao populismo e afirma “que não há nenhum deputado do BE com subvenções [vitalícias].” As subvenções vitalícias terminaram em 2005, os deputados só teriam condições se até essa data tivessem 8 anos seguidos ou 12 interpolados de mandato. Claro está que nenhum deputado do BE podia ter subvenção vitalícia, pois foram eleitos em 1999.

A questão é: há algum deputado do BE, anterior e actual, que reúna condições para requerer a subvenção vitalícia? A resposta é dada pelo comunicado “o que os deputados do BE nunca poderiam requerer é a subvenção vitalícia”. Depois misturam alhos com bugalhos e tentam desacreditar a minha afirmação verdadeira e encobrir o populismo descarado de Mariana Mortágua.

3º Vejo as eleições como um espaço de luta, um espaço de afirmação sem mentira, sem populismo e demagogia de um projecto político, social, económico e cultural. Ser Esquerda é a forma como olhamos a sociedade e como a queremos transformar, mas é também uma forma de estar no mundo, de defendermos as nossas ideias com convicção, verdade e integridade. Ser de Esquerda é uma prática, não é uma posição numa sala parlamentar. Não sou eleitoralista. Não há, por isso, qualquer ressabiamento pessoal sobre os resultados eleitorais. Há indignação com o “vale tudo” do BE.

Sei e o BE/Barcelos, também, sabe que os altos e baixos dos seus resultados eleitorais dependem da necessidade do capital. Reafirmo que são um produto da social-democracia a adaptar-se à crise do capitalismo. São um fundo de reserva do capital.

4º O comunicado do BE/Barcelos, sem surpresa, serviu para constatar que a mentira não é só um traço da personalidade de Marisa Matias, é um recurso do BE.

5º Pessoalmente, termino as minhas questões com o BE/Barcelos

 

                                   Mário Figueiredo

  • * Parágrano nº 10 – “legitimou” a intervenção militar na Líbia
  • ** Consulta do texto final da resolução… http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?type=TA&reference=P7-TA-2011-0095&language=PT
  • *** Acta da votação da resolução, pág. 6 ….

http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//NONSGML+PV+20110310+RES-RCV+DOC+PDF+V0//PT&language=PT

 

publicado por subterraneodaliberdade às 13:07
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