Sem novidade, nem surpresa, o acordo para a chamada «maioria para a mudança» junta-se ao coro dos que, inconformados com Abril, elegem a Constituição da República como alvo a abater. Estorvo permanente aos que ao longo dos anos têm tentado impor uma agenda de destruição de direitos, de liquidação de conquistas sociais e de coerciva concentração e centralização do poder económico, a subversão do texto constitucional emerge agora como primeira aspiração dos que projectam, de braço dado com os interesses estrangeiros, a definitiva submissão e venda do país. Um coro de inconformados a que – somando aos inúmeros e independentissímos analistas e comentadores, recauchutados banqueiros ou reles especuladores bolsistas apresentados como empreendedores de sucesso que lhe dão voz – se juntou, no que supostamente deveria ser o dia de Portugal, António Barreto.
Fonte: Jornal "Avante!"