04 de Dezembro de 2014

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Luís Manuel Leite da Cunha. Sr.º Cunha.

Homem “…mordaz, irónico, frontal, sem tibiezas…” – Dizem.

Entre amigos conhecido como Eça cá do burgo – Dizem.

Mas como mais ninguém reconhece tal génio, o Sr. Cunha regurgita impropérios aos ingratos e toma por parvos os deputados municipais apesar de ter apoiado ativamente a maioria deles.

O Sr. Cunha regurgita frustrações.

Que diabo Sr.º Cunha! Para ser “mordaz e sem tibiezas” não basta língua afiada e pena ligeira, é preciso autoridade moral, ser consistente e um pouco de verdade, também, faz falta. Dizia o Aleixo.

Tudo isto a propósito de mais uma descarga de bílis do Sr. Cunha. “Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”, opinião do Sr.º Cunha sobre as posições políticas da oposição acerca de mais um subsídio da Câmara Municipal de Barcelos (CMB) à sociedade anónima Barcul, SA, proprietária do Jornal de Barcelos.

Afirmei há um ano que o PS “tentava com dinheiros públicos controlar um semanário local”. Hoje, a minha posição mantém-se. Disse, em sede própria, que a CMB “utiliza perversamente dinheiros públicos e tenta controlar a linha editorial do Jornal de Barcelos”.

Sem nunca o ter visado, o Sr. Cunha, colérico, tomou-se das dores e sem apresentar qualquer argumento que contestasse a minha posição política sai em defesa da Câmara Municipal de Barcelos. Porquê?

Espante-se! O Sr. Cunha que, sem necessidade, fez uma declaração de interesses para elogiar um antigo aluno e amigo, esqueceu-se de a fazer sobre este assunto. O Sr. Cunha tem participação no capital social da Barcul, S.A., é parte interessada. Isto é, a CMB subsidia uma sociedade que o Sr. Cunha é sócio. No entanto, este não é o principal motivo da cólera.

Tentou o Sr. Cunha pela mentira desacreditar a minha posição quando afirmou que “nada disse a CDU perante o contrato de Rui Faria”. Afirmei, na mesma altura, “a este episódio junta-se a contratação do serviço [livro Bordados de Crivo] ao subdiretor do jornal Barcelos Popular, sem pôr em causa a honestidade jornalística do subdiretor, é mais um passo que o Município tenta dar para controlar o jornalismo e a opinião pública”. A mesma leitura política para ambos os casos. O Sr. Cunha mentiu deliberadamente. Não há lugar a “mariquice linguística. Porque uma mentira não é uma inverdade. E um mentiroso é isso mesmo, um mentiroso.” Citando o Sr. Cunha, nisto estamos de acordo.

Sobre o plágio feito pelo Sr. Rui Faria. A minha atenção centra-se na atividade política da CMB. O executivo camarário detetou o plágio teve o procedimento que achou adequado, por isso, enquanto deputado da CDU nada tenho a acrescentar. Não me cabe a mim, enquanto deputado, avaliar o mérito dos trabalhos contratados, mas analisar as opções e intenções políticas da CMB. É óbvio Sr.º Cunha, a cólera cegou-o.

Mas no meio da diarreia biliar do Sr. Cunha, o mais impressionante é que exige mais explicações à oposição do que ao executivo que decidiu e adjudicou o contrato. Aliás o Sr. Cunha repreendeu o líder da bancada do PS pois este “deveria ter dito que a Câmara foi vítima da sua boa-fé”. Bravo, Sr. Cunha! Mais papista do que o Papa.

O Sr.º Cunha quando se refere à CMB usa “punhos de renda”.

Onde está o tempo em que o Sr. Cunha “sem tibiezas” protestava e denunciava a promiscuidade entre o poder político e a comunicação social. O tempo das crónicas a ridicularizar o executivo PSD e o jornal A Voz do Minho. Esse tempo morreu no dia em que o Presidente da Câmara se reuniu com mais três empresários com o único propósito de salvar o Jornal de Barcelos. A direção do Barcelos Popular chamou a esse encontro “ligações espúrias”. Nesse dia lá se foi o “mordaz” e veio a “mordaça”. Desde esse dia o Sr. Cunha ficou “castrado” intelectualmente pela dependência que passou a ter de quem salvou o jornal.

Mas tudo isto é irrelevante. Teria ignorado. Teria sacudido como quem sacode moscas insignificantes que depois de chafurdar na merda atazanam a vida à gente. São uns estafermos, as moscas.

Mas o Sr.º Cunha com uma desonestidade intelectual gritante pôs em causa a seriedade e importância da política patriótica de esquerda, alternativa política proposta pelo Partido Comunista Português. E isso não poderia sacudir como as moscas.

A política patriótica de esquerda: renegociação da dívida; preparação da saída do Euro; controlo público da banca; aposta na produção nacional; valorização do trabalho e salários; justiça fiscal; defesa dos serviços públicos e funções sociais do Estado; combate às privatizações, exige, todos os dias, dos comunistas e trabalhadores a capacidade de resistir e enfrentar o poder. É o que falta hoje ao Srº Cunha.

Enquanto “regurgito a cada passo” a política patriótica e de esquerda que exige o derrube do Governo e a rutura com esta política, há aqueles que “a cada passo” só se movem pelo poder, com práticas democráticas duvidosas que até os mortos pagam as quotas, cacetada entre “camaradas”, acusações de chapeladas eleitorais e depois da contenda todos confraternizam mas sempre com “um olho no cigano e outro no burro”. Para uns é pluralidade e democracia. Para mim é podridão. Para o Sr. Cunha é capacidade política.

Sossegue Sr. Cunha, sossegue. Continue a bajular o poder, a alimentar as pequenas vaidades e as grandes frustrações pois entre amigos “pode alguém ser quem não é”.

 

PS. No futuro tudo que disser o Sr. Cunha sacudirei como as moscas pois será insignificante.

 

publicado por subterraneodaliberdade às 08:50
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